quinta-feira, 10 de março de 2011

Paranapiacaba: casas esquecidas, viúvas nos portais.


A música "Ponta de Areia", de Milton Nascimento e Fernando Brant, sintetiza a Vila de Paranapiacaba, hoje:  beleza, poesia e abandono...

"Ponta de areia ponto final
Da Bahia-Minas estrada natural
Que ligava Minas ao porto ao mar
Caminho de ferro mandaram arrancar
Velho maquinista com seu boné
Lembra do povo alegre que vinha cortejar
Maria fumaça não canta mais
Para moças flores janelas e quintais
Na praça vazia um grito um oi
Casas esquecidas viúvas nos portais."
Vimos de tudo nesta pedalada: viúvas; maquinistas com boné, hoje, retrô; as moças e os quintais. Vimos os cachorros preguiçosos da Vila (mas quanto cachorro tem por lá!...). Vimos uma cidadezinha que, nas palavras de D. Francisca, "era inglesa e hoje está na pobreza". Testemunha viva das mudanças, bons causos ela nos contou, da história e das assombrações do lugar.

Viajar à Vila de Paranapiacaba, no topo da Serra do Mar, ao "lugar onde se vê o mar" em tupi-guarani, é viajar no tempo e acompanhar os passos dos ingleses que fizeram dessa vila a base para a construção da estrada de ferro unindo Santos a Jundiaí (ou o que sobrou dessa memória), a São Paulo Railway, em 1867.
Um passeio lindo, mágico mas, ao mesmo tempo, melancólico. Por isso a idéia de mesclar fotos coloridas, sépia e preto e branco: estar em Paranapiacaba é perder a noção do tempo; é se sentir preso no limbo qual um velho filme de terror ou um romance fantástico...

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 O cidadão pensa: - De onde saiu esse ET?


Esse aí pulou Carnaval a noite inteira...rrr


 A Estação de Rio Grande da Serra igualzinha como era no final do séc. XIX.
 Certamente os engenheiros ingleses não se vestiam dessa forma...rrr


Aqui começa nossa pedalada: 15,5 km de muitas subidas e descidas vencidos em 1 hora.


 Aproveitando a "banguela". Num dos descidões desses a velocidade chegou a 63 km!


Serra do Mar está repleta de manacás.


 O quê? Springfield?!?!  Estamos longe mesmo. Vamos aproveitar para visitar o Homer Simpson...rrrr


Pátio de manobras das locomotivas.


Impressiona. Essa nosso amigo Darvin, da FC Comercial,  iria gostar de ver, apaixonado que é por ferrovias...rrr



Força, mais um pouco...


 Uma hora de sangue, suor e gatorade após...
 Ei-la, a vila ferroviária de Paranapiacaba.


Consultando o GPS...rrr


 Pelo sim, pelo não, melhor levar a bicicleta na mão...rrr


Lembra Londres...rrr



Uma das mágicas de Paranapiacaba: como se nos transportássemos aos anos de 1940...


 O sorriso de D. Francisca é o seja bem-vindo da Vila.


Darcio bebe dos causos da decana do lugar. Não parece foto de carteiro de antigamente?..rrrr. O cachorro que zanzava por ali não perdeu oportunidade: segundos depois usou a roda da bike como banheiro...rrr



Esse é o Castelinho, onde morava o  engenheiro-chefe: mais alto que ele só a Igreja...


Sinta a preguiça desse cachorro ao pensar em subir essa ladeira...rrr


E por falar em "velho maquinista"... rrr

Estávamos lá quando chegou o Expresso Turístico, um trem especial que sai todo domingo da Estação da Luz. A CPTM caprichou: a composição está perfeitamente restaurada e os empregados são de uma simpatia e cortesia ímpares. Passeios somenge agendados: http://www.cptm.sp.gov.br/e_operacao/exprtur/parana.asp


Devia dar gosto viajar nesse vagões, não?


"Starway to heaven"...eu, ein!


Neblina e Paranapiacaba são sinônimos: um convite à introspecção.


- Será que eu encontro o caminho de volta?


 - Não tô enxergando nada... Socorro!...rrrr

3 comentários:

  1. Bacana , as fotos são suas?

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  2. Legalllllll..... boas fotos e bom relato...!!!!
    Quem sabe a gente pedala juntos um dia...

    Cicloabraços
    Joaozinho
    www.joaozinhomenininho.blogspot.com

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